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Mercado Popular da Rocinha

Projeto tombado pela Prefeitura do Rio de Janeiro

Apresentamos, no ano de 2003, nossa proposta à Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro para reestruturar os diversos mercados populares (ou camelódromos) existentes no município. Desenvolvemos estudos para diversos pontos da cidade, como os bairros de Madureira, Tijuca, Centro e São Conrado (Rocinha). Para a favela da Rocinha já existia um projeto de Lei que criava o então Mercado Popular da Rocinha, formalizando cerca de 200 ambulantes que trabalhavam na entrada da favela.



O terreno destinado para abrigar o Mercado era o mesmo onde antes se localizavam os ambulantes: uma calçada com largura variável (6 à 20m) e comprimento de 150m, por onde transitam cerca de 50 mil pessoas/dia, além de um ponto de ônibus e vans de um lado e uma subestação de energia e igreja evangélica do outro. A solução adotada deveria organizar, sob uma mesma cobertura, todos os usos e atividades que se encontravam sobre a calçada, transformando este local em uma rua comercial coberta. O desenho proposto deveria, primeiramente, resolver o escoamento das águas da chuva (impossibilitado de escoar para a rua ou para os terrenos lindeiros) e o conforto ambiental interno (o material a ser utilizado não poderia tornar o interior quente nem tampouco escurecê-lo durante o dia). A partir da experiência similar no projeto do Mercado Ver-o-Peso, definimos a lona tensionada como o material ideal para resolver as principais questões impostas pela complexa realidade local. Para esta tenso-estrutura, utilizamos uma fundação em concreto armado e estaca raíz articulada com toda a sorte de infraestrutura urbana que passa pelo subsolo do terreno (cabos de alta tensão, telefonia, televisão a cabo, esgoto, águas pluviais, abastecimento d’água). A captação das águas da chuva ocorre através dos implúvios centrais no interior dos mastros da lona e segue pela rede de drenagem no subsolo. Desenhamos espaços de venda em estrutura metálica (boxes) que abrigam 166 vendedores, vendendo desde vestuário, comida, e diversas miudezas.


Entendemos o Mercado Popular da Rocinha como um exemplo de atualização urbana, pois ressignifica e reestrutura um espaço da cidade que não mais correspondia a sua função original: a calçada ou o passeio, onde o mercado se localiza, foi, ao longo dos anos, apropriada por múltiplas e variadas atividades que a transformaram em um outro elemento com características mais dinâmicas, que não mais uma calçada. Atualmente, o Mercado funciona 24h por dia gerando emprego formal, renda e tributos para a Prefeitura. E uma cidade mais viva!


Em 2020, o Mercado Popular da Rocinha foi tombado, pela Prefeitura, como patrimônio material e imaterial da cidade do Rio de Janeiro.


Cliente: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro 

Local: Favela da Rocinha, Rio de Janeiro

Área: 1.300m2

Data: 2004

Custo: R$1.6mi

Equipe: Ricardo Castello Branco

Fotos: Celso Brando



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