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Centro de Referência da Cultura Viva dos Povos Indígenas do Brasil

Uma oca para todos

UM CENTRO VIVO PARA CULTURA INDÍGENA BRASILEIRA


A proposta de criar o Centro de Referência da Cultura Viva dos Povos Indígenas do Brasil no prédio do antigo Museu do Índio reconhece e consolida o espaço como um ícone da resistência cultural indigena na história de nosso País. E vai além: a partir deste espaço, qualquer pessoa poderá acessar, com todos os seus sentidos – tato, visao, audição, olfato e paladar, a cultura indigena e seus desdobramentos. Esta proposta de arquitetura e restauração se alinha ao documento "PROPOSTA PRELIMINAR DO GT DE CONTEÚDO DA ALDEIA MARACANÃ PARA DESTINAÇÃO CULTURAL INDÍGENA DO ANTIGO SPI/MUSEU DO ÍNDIO NO RIO DE JANEIRO", organizando os espaços internos da edificação de acordo com as atividades pretendidas, transformando-o em uma referência geográfica da cultura indígena na cidade do Rio de Janeiro. Assim sendo, se pretende estabelecer um espaço com usos que dialoguem com o contexto local, regional e internacional, servindo de suporte para difusão e produção da cultura indígena e apoio para indios que estejam em trânsito na cidade. Tal qual um entreposto, o prédio se organiza como um provedor de informação, abastecimento e descanso para os índios e interessados na cultura indígena e seus desdobramentos contemporâneos. Como uma oca, o novo espaço vai abrigar os usos inerentes ao dia-a-dia do indio: produção e consumo de comida; produção, exibição e venda de utensílios através de oficinas e exposições permanentes e temporárias; conferências, seminários e pajelaças; descanso; e acesso à informação. Estes usos foram dispostos dentro da edificação de acordo com suas particularidades vis-a-vis a dinâmica do entorno imediato (Estádio do Maracanã e Avenida Radial Oeste), abrigando atividades de caráter mais público no térreo, e as mais restritas, frágeis e protegidos nos pavimentos superiores. Desta forma temos a seguinte distribuição:

 

Térreo

1. Restaurante

2. Exibição e venda de utensílios

3. Sala de exposição permanente e temporária

3. Administração do espaço, banheiros públicos, área de serviço e apoio

 

Segundo andar

4. Centro de Pesquisa, Mídia e Documentação: Biblioteca, Pesquisa sonora e mídia, Acervo, Sala de Atividades, Salas de aulas;

5. Administração do espaço, banheiros públicos e apoio.

 

Cobertura

6. Grande Oca: Espaço para conferências, cursos, atividades coletivas, descanso (em redes espalhadas pela oca)

7. Terraço externo: a Oca se abre para o terraço, como uma grande varanda, permitindo vislumbrar a Quinta da Boa Vista e o Maracanã.

8. Banheiros públicos e apoio.

 

Os usos foram dispostos buscando mínima interferência na espacialidade interna do prédio. Mantivemos grande parte das paredes e seus vãos, revestimentos e elementos metálicos (escada de acesso), minimizando impacto nas obras e no custo da intervenção. Adicionamos escada de incêndio e elevador para garantir melhor acessibilidade e segurança. Na cobertura, será construído uma Grande Oca, executada em estrutura de bambú laminado e lona tensionada (tecnologia brasileira executada em parceria com industrias chinesas). Sua estrutura, leve e ambientalmente responsável, permitirá alcançar grandes vãos sem sobrecarregar o prédio. Do térreo à cobertura, o novo espaço adotará todos os preceitos de sustenabilidade, da mesma forma que os índios adotam no seu dia-a-dia.

 


Cliente: Associação Indígena Aldeia Maracanã / Governo do Estado do Rio de Janeiro 

Local: Maracanã, Tijuca

Área: 1.200m2

Data: 2014

Custo: R$8mi 

Equipe: Maxime Baron e Pedro Maia


Projeto aprovado no INEPAC



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