Home

Parque Cidade Nova

Mais O2, menos CO2

A cidade do Rio de Janeiro possui uma paisagem urbana ainda ancorada na infraestrutura rodoviária produzida nas decadas de 1960 e 1970 – grandes avenidas expressas cortando a cidade, viadutos, pontes – época em que a cidade não possuia a rede de mobilidade urbana que hoje a serve: metrô, BRT, diversas linhas de ônibus, taxi, transporte por aplicativo e ciclovias. Isto posto, podemos afirmar que, seguindo os exemplos das diversas iniciativas de qualificação urbana pelo mundo a partir da resignificação de suas infraestruturas, a cidade do Rio de Janeiro possui um grande potencial em se reinventar urbanisticamente. É necessário um novo entendimento sobre as infraestruturas da cidade, compreender quais as novas funções que estes elementos e espaços podem adquirir para contribuir de forma mais positiva e efetiva com a cidade.


Tomemos como exemplo a infraestrutura de vias expressas e viadutos construidos na década de 1960 na cidade do Rio de Janeiro: meio século depois de inauguradas, as áreas da cidade afetadas por estes elementos seguem degradadas, abandonadas, desvalorizadas e perigosas, gerando uma deseconomia para o Município. A Avenida Trinta e Um de Março, no Catumbi (junto ao Sambódramo), o viaduto Engenheiro Noronha em Laranjeiras, a Avenida Maracanã na Tijuca, o Elevado Engenheiro Freyssinet no Rio Comprido ou as ruas Venceslau Brás e Voluntário da Pátria em Botafogo, são alguns exemplos. A maior parte destas infraestruturas não possuem mais a relevância do passado para a mobilidade na cidade, visto o avanço inegável na rede de modais de transporte. E ainda pesa o fato de que parte desta infraestrutura, por conta de sua idade, está demandando grandes investimentos para sua manutenção estrutural. Afinal, que caminho devemos seguir: recuperar estas infraestruturas ou resignificá-las de acordo com as novas demandas da sociedade?


O novo Parque surge como o principal área de lazer e permanência de uma das poucas regiões do Centro com vitalidade residencial e um dos mais belos casarios históricos da cidade. Se localiza em uma das áreas com temperaturas mais altas do centro (Rua São Martinho / Santa Maria). Uma ilha de calor, um lugar inóspito, sem áreas verdes, com solo impermeabilizado por piso asfáltico e cimentício. As Ruas São Martinho e Santa Maria possuem problemas de alagamento ao longo de sua extensão. A rua é utilizada como estacionamento e oficinas mecânicas, o que polui muito a região. O novo Parque Cidade Nova cria uma extensa área de lazer com o plantio de cerca de 250 espécies entre arbóreos, arbustos e frutíferas, também originárias da região. A substituição do asfalto pela vegetação resolverá o problema de alagamento da região (solo volta a ser permeável) e acarretará em uma melhoria significativa na ambiência (eliminar a poluição). O Parque Cidade Nova se insere nas principais diretrizes de desenvolvimento urbano ao aumentar a permeabilidade do solo, criar áreas verdes e sombreadas mitigando assim o efeito ilha de calor da região. A rua vai deixar de gerar poluição para produzir oxigênio. O Parque Cidade Nova conjumina área de lazer e permanência com espaços com farta arborização, verdadeiras florestas. Essas áreas serão planejadas a partir do conceito de agrofloresta de forma que se possa cultivar em simbiose com as árvores originárias.



Cliente: Circo Crescer e Viver / Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

Mobiliário macas: Alexandre Vogler.

Local: Cidade Nova, Rio de Janeiro.

Custo: R$8.0mi.

Equipe: Pedro Maia.


Projeto aprovado na CET-Rio.



Trabalhos relacionados