O projeto MARQUISE - em integração com o Museu Casa do Pontal -, propõe a criação de um grande complexo artístico | cultural no coração do Porto Maravilha, no bairro da Gamboa, próximo ao Morro da Providência, ocupando os atuais Galpões da Gamboa.
Para além de cumprir um importantíssimo programa de distribuição de museus e centros culturais em uma área totalmente desprovida de equipamentos dessa natureza, MARQUISE vem atender às demandas e carências históricas da produção artística da cidade por espaços de criação e apresentação.
Um programa inédito no Rio de Janeiro
Aos pés do Morro da Providência e vizinhos à Vila Olímpica da Gamboa, os Galpões da Gamboa funcionaram no passado como terminal ferroviário para escoamento da produção durante o Ciclo do Café. Inaugurados em 1880, tiveram sua estrutura recentemente restaurada pela Prefeitura do Rio, e fazem parte do atual Programa Porto Maravilha Cultural. Ainda que reformados, os galpões não foram destinados a uso cultural específico até o momento, e salvo eventos esporádicos, continuam de portas fechadas.
O Projeto MARQUISE é uma proposta de uma associação da sociedade civil para a ocupação dos Galpões da Gamboa, elaborado por uma equipe formada por importantes agentes e gestores culturais mobilizadores no Rio de Janeiro, pelo Museu Casa do Pontal e pelo AAA_Azevedo Agência de Arquitetura.
Com espaços de mais de 3000m2 cada, os dois galpões têm ainda entre eles um espaço aberto de aproximadamente 7.000m2.
Para a ocupação do primeiro galpão, estão previstos três grandes espaços climatizados para exposições temporárias e permanentes do Museu Casa do Pontal, além de um anexo para acesso e reserva técnica, totalizando uma área de 5.200 m2. Considerado o maior e mais significativo museu de arte popular do Brasil, foi eleito o terceiro mais importante museu do país por recente pesquisa da Revista Época. Este galpão atende a uma demanda antiga do Museu por um segundo espaço em região central da cidade, para ampliar e democratizar o acesso ao seu importante acervo. O Museu conta ainda com um amplo Programa Educacional e Social, agendando visitas teatralizadas e guiadas por arte-educadores.
Buscando saídas para um antigo problema, o Projeto MARQUISE prevê um condomínio cultural para o segundo galpão. Hoje, a Rede Municipal de Teatros, Lonas e Arenas, - ainda que tenha sido aumentada em 2012 pela compra do Teatro Ipanema, e pela entrega das arenas Dicró e Jovelina Pérola Negra, além do Imperator -, está longe de atender à imensa necessidade de exibição da produção cultural da cidade. São inúmeros trabalhadores da cultura que não têm onde ensaiar nem realizar suas produções, e uma imensa parte da população - principalmente nas zonas norte e centro - que carece de acesso a espaços culturais.
Para o segundo galpão, o Projeto MARQUISE busca portanto abrigar 16 espaços de 90 m2 - climatizados e isolados acusticamente -, destinados a ocupações temporárias de companhias, grupos e coletivos artísticos em diversas linguagens, cedidos por períodos de residências artísticas. Estas residências farão uso dos espaços em atividades como: ensaios, oficinas, seminários, palestras, ensaios abertos, apresentação de espetáculos e processos de criação, shows, exposições, exibição de trabalhos audiovisuais etc. Com um uso diferenciado em dois turnos, este segundo galpão fomentará o convívio e a produção de no mínimo 32 residências artísticas por semestre, e disponibilizará para a população - em formatos variados - a produção artística desses coletivos.
Além dos espaços para criação e exibição de trabalhos artísticos, o Projeto MARQUISE propõe para os atuais Galpões da Gamboa:
• Uma enorme praça de convivência e eventos culturais (com aprox. 5.000m2) entre os dois galpões, que será equipada para abrigar shows de música, espetáculos de circo, festas, feiras, encontro de blocos de carnaval e inúmeras outras atividades afins. Esta praça cultural dá nome ao projeto, pois terá uma área coberta que permitirá o uso constante do espaço, e é o elemento de ligação entre os dois galpões;
• O espaço Museu da Providência, com área de 1.400m2 para abrigar amplo acervo histórico do Morro da Providência aberto à pesquisa e visitação;
• Um Teatro Multiuso de 1200m2, com espaço cênico reversível e capacidade para 500 lugares, para apresentações de espetáculos, shows, conferências e seminários;
• Uma Escola de Artes | Centro de Criação e Inovação em arte-educação com atendimento prioritário à crianças e jovens, com uso de espaços internos e externos do projeto;
• Wi-fi gratuita e acesso aberto à praça para moradores do entorno;
• Um restaurante e um bar com cardápio brasileiro a preços populares;
• Uma bilheteria comum a todos os espaços.
O conceito base deste projeto pensa a cidade como diversidade de territórios e de práticas artísticas e culturais, e propõe a convivência espacial|temporal entre eles, além do diálogo com instituições já estabelecidas no entorno, como o Museu de Arte do Rio – MAR, Quilombo Pedra do Sal, Bloco Cacique De Ramos, Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades, Casa Amarela, Galpão Gamboa e Cidade do Samba, entre outros.
MARQUISE é, portanto, um projeto de interação entre os diversos artistas e linguagens em residência, entre artistas e comunidades do entorno, e entre a Gamboa, Providência e adjacências e a cidade do Rio de Janeiro, criando um polo irradiador de ações culturais no coração do Porto Maravilha. Um verdadeiro complexo cultural e artístico, congregando arte popular e arte contemporânea em um projeto ainda inédito no Rio de Janeiro, mas tendo como exemplos propostas de revitalização em atividade em diversos países como Alemanha, França, Inglaterra, Estados Unidos e Holanda, entre outros.
Gestão colaborativa e ações no entorno
A gestão do espaço, em total coerência com sua proposta política e artística, será feita através de entidade jurídica autônoma, e executada por um conselho gestor misto e rotativo. Composto por representantes culturais da cidade, de coletivos artísticos cariocas e das comunidades do entorno, e voltado para uma gestão dinâmica e agregadora, este conselho abrigará na própria administração do espaço a diversidade dos agentes e da produção de cultura cariocas, e a busca criativa por formas sustentáveis de manutenção do projeto.
O PROJETO MARQUISE, além de oferecer programação de alta qualidade para os cariocas, atuará também na formação de público, abrigando profissionais que se ocuparão exclusivamente de formação de plateia e ações educativas. Com o objetivo de atender além da classe artística carioca (prevendo circulação diária em média de 200 artistas pelo espaço), atingirá os mais de 50.000 moradores da zona portuária (Gamboa, Saúde, Caju e Santo Cristo, e Providência), entre eles, 2.000 crianças em idade pré-escolar.
MARQUISE é um modelo de negócio inovador e abrangente, que terá a cultura como ação transversal, aglutinadora e revitalizadora da região, atraindo visitantes, moradores do entorno, turistas, e trabalhadores do Novo Porto, atingindo milhares de pessoas por ano.
Parceiros: Museu Casa do Pontal + Espaço ENTRE + Organizações da Sociedade Civil
Idealizadores: Daniela Amorim + Rodrigo Azevedo
Local: Bairro da Gamboa, Porto do Rio de Janeiro.
Data: 2016
Área: 15.700m2
Maquete: Robério Catelani