Nos últimos anos, o impacto das empresas no meio ambiente ficou ainda mais evidente e a cobrança por ações de sustentabilidade tem se tornado cada vez maior, fazendo com que as instituições ampliem suas perspectivas para além das métricas financeiras e passem a considerar seus impactos financeiros, sociais e ambientais. Os pilares do ESG passaram a ser fundamentais nas análises de risco e nas tomadas de decisões dos investidores, tornando-se uma forma de definir se as operações das empresas são socialmente responsáveis, sustentáveis e corretamente gerenciadas. A TORRE VERDE_ROCINHA é um projeto de inovação tecnológica que inclui geração de energia verde através de placas solares, transformação de resíduos orgânicos em adubo através de um processo de aceleração de compostagem e o desenvolvimento de hortas comunitárias, reunidos em um único local.
O projeto TORRE VERDE_ROCINHA é fomentado pela FAPERJ através do Programa Favela Inteligente em apoio as bases do Parque de Inovação Social e Sustentável na Rocinha, que faz parte de uma rede integrada que inclui Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Emprego e Relações Internacionais (SEDEERI), Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS) e Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro.
A TORRE VERDE_ROCINHA está localizada no terreno das escolas municipais CIEP Bento Rubião e Luiz Paulo Horta e consiste em uma estrutura metálica com 4 pavimentos dividida da seguinte forma:
- Nível térreo abriga: 1. aceleradora e trituradora para os resíduos orgânicos; 2. depósito para descanço do adubo; e 3. compartimento para guarda de materiais e equipamento de automação da torre (placas solares e iluminação);
- Nível +2,50m: acesso à Torre e área para manuseio de mudas e adubo;
- Níveis + 5,00m; +7,50m: produção de alimentos orgânicos;
- Nível +10,00m: produção de alimentos orgânicos + caixas d’água (quatro caixas de 500l cada);
- Nível +12,50m: placas solares (8 placas medindo 2x1m).
Este é um projeto piloto que tem como objetivo o teste do produto viável mínimo (MVP) de uma tecnologia social que poderá ser replicada em maior escala de acordo com o sucesso deste projeto. Com a implantação de mais Torres, nós seremos capazes de entrar para o mercado de produção e comercialização de créditos de carbono. A estimativa de redução de resíduo orgânico da Torre Verde hoje é de 90 kg/dia[1], equivalente a 1,8 toneladas mensais. Considerando que 1 tonelada de carbono removido do meio ambiente é o equivalente a 1 crédito de carbono, cada torre verde será capaz de gerar diretamente 21,6 créditos por ano.
[1] Este cálculo é feito para um equipamento de aceleração de compostagem de 15kg com ciclo de processamento de 45 minutos. A capacidade de processamento destes equipamentos pode chegar à 100kg por ciclo.
Objetivos e metas propostas
- Criação de um espaço de aprendizagem interativo, um “living-lab”, onde alunos de todas as idades possam aprender sobre meio ambiente e sustentabilidade através de um modelo vivo de ensino e aprendizado;
- Desenvolvimento de um trabalho integrado de conscientização ambiental, através de um manual elaborado pela equipe do Centro de Responsabilidade Socioambiental do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro;
- Integração de modelos de produção e transformação em um único local, criando um ambiente de inovação tecnológica incluindo geração de energia verde, transformação de resíduos em substrato orgânico e produção de alimentos reunidos em um único local;
- Minimizar os impactos ambientais na disposição final de resíduos orgânicos (de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, entre 50% e 60% do lixo produzido diariamente no Brasil é lixo orgânico);
- Reduzir o volume de lixo coletado e encaminhado para aterros sanitários pela municipalidade;
- Transformação de resíduos orgânicos em substrato orgânico através de um processo de aceleração de compostagem;
- Geração de energia verde através de placas solares;
- Captação de água de chuva para irrigação;
- Produção de alimentos sem agrotóxicos em um sistema de policultivo, trazendo diversidade na produção de alimentos, incluindo o cultivo de plantas medicinais;
- Promover o entrelaçamento cultural e a troca de saber entre os participantes do projeto com o governo, empresas, sociedade civil e universidades.
Resultados esperados
- Transformação do olhar de cada indíviduo para as riquezas do resíduo orgânico. Disseminação dos princípios da economia circular e a importância dos 3 R´s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar);
- Redução na produção de metano (CH4), que contribui significativamente para o aquecimento global e aumento na produção de CO2, H2O e biomassa (húmus);
- Redução de custos de transporte e de tratamento através do gerenciamento de bioresíduos no local onde ele é gerado;
- Desenvolvimento de uma tecnologia social que poderá ser replicada em outras comunidades que tenham problemas semelhantes em relação ao descarte irregular de lixo e a necessidade de educação e conscientização ambiental para os moradores de uma região;
- Produção para o consumo local oferecendo a possibilidade de subsistência, assim como a comercialização dos produtos excedentes.
Patrocinador: FAPERJ
Apoio: Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Relações Internacionais; Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade
Realização: Monica Garcia (ENTRELACES) + Rodrigo Azevedo (AAA)
Parceiros: Atuação Ambiental, Minha Coleta, Impacto Insolar, Scafom Andaimes.
Logo: Casa Lavor
Local: Favela da Rocinha, São Conrado, Rio de Janeiro.
Data: 2022-2023. Em andamento.