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Posto de Salvamento Sérgio Bernardes

Restauração + adequação

Desenhados em 1976 pelo arquiteto Sérgio Bernardes, os postos de salvamento da orla do Rio de Janeiro (Zona Sul, Barra e Recreio) são ícones arquitetônicos atemporais da cidade. Chama atenção nessa maquete do projeto original, o revestimento em chapa reflexiva do volume elipsoidal, uma clara intenção em minimizar o impacto do posto na paisagem carioca. A escada e o deck de observação em madeira seguem a mesma intenção projetual: remetem às estruturas praianas e ribeirinhas brasileiras, de aparência leve e frágil, se integrando perfeitamente ao local e a volumetria do posto.


A partir de uma forma pura e com dimensões reduzidas, Sérgio resolve, com traço magistral, o programa de usos mínimo necessário para o funcionamento do posto de salvamento: banheiros, chuveiro com lava-pés, sala para salva-vidas e infraestrutura de apoio. O projeto foi executado com algumas alterações, como ausência do revestimento em chapa reflexiva e a supressão da madeira da escada e do deck de observação. Entretanto, as luminárias, o alto falante e o relógio, belissimamente desenhados por Sérgio Bernardes, estavam presentes nos primeiros postos de salvamento.


Após 42 anos de sua implementação, os postos de salvamento projetados por Sérgio Bernardes para as praias do Rio de Janeiro encontram-se totalmente descaracterizados. Adaptações e acréscimos pouco criteriosos feitos sobre a estrutura original como grades, fechamentos em vidro e alumínio, construção de paredes de fechamento, cobertura no deck de observação, entre outras, contribuiram para a precarização da paisagem urbana mais importante do Brasil.

Para o ano que comemoraremos o centenário do arquiteto Sérgio Bernardes, apresentamos a proposta de resgatar o desenho original dos postos de salvamento, tombados pela Prefeitura da Cidade do Rio e Janeiro (IRPH). Sua restauração vai além da obrigação pública em garantir a integridade de um bem tombado, pois também recupera a dignidade da orla carioca.


Proposta

A restauração do desenho original dos postos de salvamento desenhados por Sérgio Bernardes busca reparar um equívoco no entendimento da importância da orla da cidade do Rio de Janeiro. A descaracterização do posto precarizou a paisagem urbana mais importante do Brasil. Compreender os postos de salvamento como catedrais, isto é, ícone arquitetônico, é fundamental para a valorização da cultura carioca e do turismo na cidade. A intervenção se baseia em três premissas: 1. Restauração do desenho original; 2. Atender as demandas dos usuários (salva-vidas e público em geral) e; 3. Garantir viabilidade econômica (execução e manutenção). Dois gestos definem nossa proposta: o desenho de uma estrutura metálica de cobertura (lona) sobre o deck de observação (proteção do sol e intempéries), que também permite ao salva-vidas descer direto para areia (tubo de escape) e o desenho de uma lâmina de concreto, medindo 45 x 3,5 x 2,7m, com duas folies dispostas simetricamente nas extremidades (balizando e enquadrando o posto de salvamento na paisagem da orla) conectadas verticalmente com a parte inferior, onde se encontram os banheiros e a infraestrutura de apoio.


Por sua disposição, as folies conformam um espaço de chegada para o posto, como uma praça ou mesmo uma ante-sala para praia. Temos ai um grande espaço de permanência, propício para a atividade comercial proposta. As folies foram desenhadas para abrigar as empresas interessadas na concessão do posto (venda de produtos e vinculação de marca). As obrigações do concessionário serão a restauração, construção e manutenção do posto de salvamento.


Folie + Apoio (cada): 7m2 + 12m2

Banheiros + escada (cada): 50m2 

Nova cobertura Posto: 18m2

Posto (3 níveis): 39m2

Escada + Deck de madeira: 56m2

Lava-pés e entorno: 36m2  



Cliente: Orla Rio / Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Co-autor: Rafael Patalano / Patalano Arquitetura

Local: Orla carioca (do Leme ao Pontal)

Data: 2018

Equipe: Pedro Maia



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